terça-feira, 23 de junho de 2015
À Procura de um Amigo
Sou a geleira no meio dos oceanos. E assim começa minha história.
Todos juntos na Grande Geleira. Juntos, Unidos.
O calor do sol chega em horas diferentes para um. Os primeiros raios de sol que começaram a aparecer foi quando tínhamos uns 11 anos.
Aparecia de um jeito brilhante e quente, mas quem não estava sentindo o calor do raio solar sabia que era algo bom, mas também ruim.
Quem sentia o calor solar achava que era algo maravilhoso, não vendo a parte ruim, pois o brilho do sol ofuscava sua visão.
Os mais frágeis se deixavam levar pelo calor do sol e saíam à procura de um sol mais quente.Quando a noite chegava eles voltavam arrependidos desejando nunca ter saído da Grande Geleira.Mas quando se sai nunca mais se volta.De manhã o sol chegava e eles novamente se deixavam levar pelo calor do sol.
E assim continuava os dias. Mas depois as coisas começaram a mudar.
Todos na Grande Geleira ficaram cansados de estar em segurança e os icebergs foram se soltando. Todos um por um. A cada dia um resolve procurar raios mais quentes.
Por fim sobraram eu e Beatriz. Além de Alessandra. Mas Alessandra não é como eu e Beatriz. Alessandra está quase se soltando, mas algo ainda a prende. Não está mais totalmente congelada. Uma vez um raio tocou-a, mas a abandonou o que a congelou um pouco, mas ela já não é como nós.
Em um dia normal na Grande Geleira um raio toca em Beatriz e ela vai sem avisar q iria. Sem nos preparar.O raio tocou-a e não tinha como se despedir. Queria um raio mais quente. Apenas ouvi seu grito:
- O raio de sol me tocou e está aconchegantemente quente, preciso de um mais quente.Não tem como esperar, te espero Ok?
A única coisa que saiu da minha boca foi "ok", mesmo assim não adiantaria de nada choramingar, ela não me ouviria mais.
Alessandra está tão perto de ir que apenas fica sentada sonhando acordada.
Estou sozinha na Geleira.
Uma hora terei de ir, eu sei. Mas não é agora. Ainda tenho medo da água fria dos oceanos.
O que restou na Geleira foram eu e ossos. Ossos afiados, doloridos, mas também queridos. Eles algum dia já foram cheios de vida Jamais limparia os ossos, pois eles já tiveram papel importante quando vivos.
Como ficarei sozinha aqui? Não vejo ninguém. O que vejo ao horizonte são vários icebergs. Carregando sonhos. Tenho que aturar gritos de alegria a todo minuto. Os gritos são altos e escuto pacientemente daqui. Não faço outra coisa se não ouvir, pois ao tentar me expressar sei que ninguém me ouvirá. Por isso escrevo esse texto.
Não posso esperar sozinha o calor do sol. Preciso de alguém que pense assim como eu. Uma amiga verdadeira.
Mandarei esse texto para o sul. Para uma garota que me fará um favor. Se você se identificou, converse com ela, pois ela saberá te explicar. E viraremos amigas.
Falei tudo. Espero que entenda e procure, por favor, preciso que procure a garota. Ela não te achará se você não se manifestar. Procure e peça para ela te explicar. Por favor.
Um pedido sincero, esperançoso e muito,muito,muito ansioso. Sua Amiga
Sofia Juckson Kemphalai James
Autora: Sofia Juckson Kemphalai James
Para: Fuçanças Da Ju/ Juliana Silva Matias
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